Se você tem um ente querido que enfrenta problemas com dependência química e quer saber como internar um dependente químico contra a sua vontade, é importante entender que pode ser difícil convencê-lo a buscar ajuda.

Em alguns casos, a pessoa pode se recusar a aceitar que tem um problema ou pode não querer se submeter a um tratamento. Nesses casos, pode ser necessário internar o dependente químico contra a sua vontade.

A internação involuntária é uma opção para casos em que a pessoa corre risco de vida ou de causar danos a si mesma ou a terceiros. 

Ela é regulamentada pela Lei nº 10.216/2001 e só pode ser realizada com a autorização de um médico psiquiatra. O objetivo é garantir a segurança do paciente e iniciar o tratamento para a dependência química.

Existem clínicas de recuperação especializadas em internação involuntária, que oferecem acompanhamento médico e psicológico durante todo o processo. 

É importante escolher uma clínica de confiança, que atue de acordo com as normas e regulamentações vigentes. 

O tratamento pode ser longo e difícil, mas a internação involuntária pode ser a melhor opção para salvar a vida do dependente químico.

Entendendo a Dependência Química

O Que é Dependência Química

A dependência química é uma doença crônica e progressiva que afeta o cérebro, tornando o indivíduo incapaz de controlar o uso de substâncias psicoativas, mesmo que isso acarrete em consequências negativas para sua vida pessoal, profissional e social.

A dependência pode ocorrer com diversas substâncias, como álcool, tabaco, maconha, cocaína, crack, entre outras. 

Além disso, a dependência química pode afetar pessoas de todas as idades, gêneros e classes sociais.

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas da dependência química podem variar de acordo com a substância utilizada e o estágio da doença. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Desejo intenso e compulsivo de usar a substância;
  • Dificuldade em controlar o uso da substância;
  • Tolerância, ou seja, necessidade de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito;
  • Sintomas de abstinência quando se tenta parar de usar a substância;
  • Preocupação excessiva com a obtenção e uso da substância;
  • Abandono de atividades sociais, profissionais e pessoais em função do uso da substância.

É importante lembrar que a presença de alguns desses sintomas não significa necessariamente que a pessoa seja dependente química. 

No entanto, se você ou alguém que conhece apresenta esses sinais, é recomendado buscar ajuda profissional para avaliação e tratamento adequados.

Lei para Internação Involuntária

Requisitos Legais

A internação involuntária é regulamentada pela Lei nº 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. 

De acordo com a lei, a internação involuntária só pode ser realizada quando os seguintes requisitos legais são atendidos:

  • A internação é indicada como forma de tratamento;
  • A pessoa não tem condições de decidir por si só sobre o tratamento;
  • O pedido de internação é feito por um médico responsável pelo tratamento da pessoa ou por um familiar;
  • O pedido de internação é avaliado por um segundo médico, que atesta a necessidade da internação.

Processo de Internação Involuntária

Para realizar a internação involuntária, é necessário seguir um processo legal. O primeiro passo é o pedido de internação, feito por um médico responsável pelo tratamento ou por um familiar. 

O pedido deve ser encaminhado a um médico psiquiatra, que avalia a necessidade da internação e emite um laudo autorizando a internação.

Em seguida, é necessário entrar com um pedido na Justiça para autorizar a internação. O pedido deve ser acompanhado do laudo médico e dos documentos que comprovem a necessidade da internação. 

A Justiça avalia o pedido e, se autorizar a internação, emite uma ordem judicial autorizando a internação.

Após a autorização judicial, a pessoa é internada em uma instituição de saúde mental. Durante a internação, a pessoa recebe tratamento médico e psicológico, com o objetivo de superar a dependência química. 

A internação involuntária tem prazo máximo de 90 dias, podendo ser prorrogada por mais 90 dias se necessário.

Lembre-se de que a internação involuntária só é indicada em casos extremos, quando a pessoa corre risco de vida ou de causar danos a si mesma ou a terceiros. 

A decisão de internar uma pessoa contra a sua vontade deve ser tomada com responsabilidade e cuidado, visando sempre o bem-estar da pessoa e a sua recuperação.

Procedimentos para Internação

Se você está buscando internar um dependente químico contra a sua vontade, é importante seguir alguns procedimentos para garantir que a internação seja feita de forma segura e eficaz.

Busca de Instituições Especializadas

O primeiro passo é buscar instituições especializadas em tratamento de dependência química. É importante escolher uma instituição que tenha experiência no tratamento do tipo de dependência do seu familiar e que ofereça um ambiente seguro e adequado para a internação.

Avaliação Médica e Psicológica

Antes da internação, o dependente químico deve passar por uma avaliação médica e psicológica para determinar o seu estado de saúde e as suas necessidades de tratamento. 

É importante escolher uma instituição que ofereça essa avaliação e que conte com profissionais qualificados para realizá-la.

Durante a avaliação, serão realizados exames físicos e psicológicos para avaliar o estado de saúde do dependente químico e identificar possíveis transtornos mentais associados à dependência. 

Com base nessa avaliação, será elaborado um plano de tratamento individualizado para o dependente químico.

Documentação Necessária

Para a internação do dependente químico, é necessário apresentar alguns documentos, como o RG e o CPF do paciente, comprovante de residência, carteira de convênio médico (se houver) e autorização judicial (quando a internação é feita contra a vontade do paciente).

Além disso, é importante que o responsável pela internação esteja preparado para arcar com os custos do tratamento, que podem variar de acordo com a instituição escolhida e o tipo de tratamento necessário.

Seguindo esses procedimentos, você poderá internar um dependente químico contra a sua vontade de forma segura e eficaz, garantindo que ele receba o tratamento necessário para se recuperar da dependência.

Consequências e Desafios

Impacto Emocional na Família

Ao internar um dependente químico contra a sua vontade, a família pode enfrentar diversas consequências emocionais. 

É comum que os familiares sintam culpa, medo, tristeza e até mesmo raiva. Afinal, a internação involuntária é uma medida extrema e pode gerar conflitos familiares.

Além disso, a família pode se sentir responsável por toda a situação, o que pode gerar um grande peso emocional. 

É importante que a família busque apoio psicológico para lidar com essas emoções e para compreender como ajudar o dependente durante o processo de internação.

Resistência do Dependente

Um dos principais desafios da internação involuntária é a resistência do dependente químico. É comum que o dependente não queira admitir que precisa de ajuda e que lute contra a internação. 

Isso pode gerar situações difíceis e até mesmo perigosas para a família e para o próprio dependente.

Nesses casos, é importante que a família tenha o apoio de profissionais capacitados para lidar com a resistência do dependente. 

É possível que a internação seja feita com o auxílio de uma equipe especializada em intervenção, que pode ajudar a convencer o dependente a buscar ajuda.

Possíveis Complicações Legais

A internação involuntária também pode gerar complicações legais. É importante que a família esteja ciente das leis que regem a internação involuntária e que busque o auxílio de um advogado especializado.

É necessário que a internação seja feita de acordo com as normas legais, para evitar problemas futuros. 

Além disso, a família pode precisar lidar com questões como o pagamento da internação e a responsabilidade pelos atos do dependente durante o período de internação.

Em resumo, a internação involuntária de um dependente químico pode gerar diversas consequências emocionais, desafios e complicações legais. 

É importante que a família esteja preparada para lidar com essas situações e que busque o auxílio de profissionais capacitados para garantir um processo seguro e eficaz.

Apoio e Recuperação Pós-Internação

Após internar um dependente químico contra a sua vontade, é importante oferecer apoio e suporte para que a recuperação seja bem-sucedida. 

O processo de reabilitação pode ser longo e desafiador, mas com o acompanhamento adequado, é possível superar as dificuldades e conquistar uma vida mais saudável e feliz.

Acompanhamento Psicológico

Durante o período de internação, é comum que o dependente químico receba atendimento psicológico para lidar com os aspectos emocionais e psicológicos relacionados à dependência. 

Após a alta, é recomendável que esse acompanhamento seja mantido, para que o paciente possa continuar trabalhando as questões que o levaram ao vício e desenvolver estratégias para evitar recaídas.

O acompanhamento psicológico pode ser feito individualmente ou em grupo, dependendo das necessidades do paciente e das opções disponíveis na região. 

É importante escolher um profissional qualificado e experiente, que possa oferecer um atendimento personalizado e adequado às particularidades de cada caso.

Grupos de Apoio

Além do acompanhamento psicológico, os grupos de apoio também são uma ferramenta importante para a recuperação pós-internação. 

Esses grupos reúnem pessoas que passam por situações semelhantes e oferecem um espaço de acolhimento, compartilhamento de experiências e troca de informações úteis para a manutenção da sobriedade.

Existem diversas opções de grupos de apoio, como o Alcoólicos Anônimos (AA) e o Narcóticos Anônimos (NA), que são os mais conhecidos e difundidos no Brasil. 

Há também grupos específicos para dependentes de outras substâncias, como o Amor-Exigente e o Grupo de Ajuda Mútua (GAM).

Participar de um grupo de apoio pode ajudar o dependente químico a se sentir menos isolado, a encontrar motivação para seguir em frente e a desenvolver habilidades sociais e emocionais importantes para a sua recuperação. 

É importante lembrar que a participação é voluntária e que cada pessoa pode escolher o grupo que melhor se adapta às suas necessidades e preferências.

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Fátima Watanabe, biblioteconomista formada pela UFMG, iniciou sua carreira escrevendo sobre Dante Alighieri. Atualmente, é pesquisadora, utiliza palavras-chave na didática e produz editoriais e artigos.