O estadiamento é uma técnica da medicina que determina quanto o câncer se espalhou no corpo do indivíduo, revelando a extensão, o tipo de tumor e a relação com o hospedeiro. O processo é realizado no momento em que o paciente recebe o diagnóstico, antes de qualquer tratamento ser iniciado, conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O órgão estima 704 mil novos casos da doença no Brasil para o triênio 2023-2025. Diante da projeção, o estadiamento pode ser um diferencial para aumentar as chances de cura e a qualidade de vida dos pacientes durante o tratamento. Ao definir a gravidade da doença, o procedimento possibilita definir qual é o melhor caminho a ser seguido para tratar o problema. 

As taxas de cura de um câncer são diferentes para cada estágio da doença: inicial, localmente avançado ou metástase. De acordo com as informações do Inca, quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maiores são as chances de cura.

Determinar a extensão do câncer influencia as opções de tratamento do paciente. O estadiamento permite a obtenção de informações sobre o tumor, a previsão de possíveis complicações e a avaliação de resultados. 

Segundo o Inca, a técnica também auxilia no processo terapêutico de cada paciente. Pessoas com o mesmo tipo de câncer, mas com estadiamentos divergentes, podem ter diferentes propostas de tratamento.

No entanto, nem todo tipo de câncer é estadiado, como é o caso da leucemia. Apenas tumores sólidos passam pelo procedimento, segundo a organização não-governamental Oncoguia, que produz conteúdos informativos sobre câncer.

Estadiamentos para cada tipo de câncer

Há duas técnicas para detectar a extensão de um tumor. Uma delas é o estadiamento clínico, baseado nos resultados de exames físico, de imagens e biópsia. O outro é o estadiamento patológico, utilizado quando há tratamento cirúrgico. Assim, são considerados os resultados de exames e testes, bem como o que foi observado na cirurgia, oferecendo informações mais precisas para a equipe médica.

Além disso, há diferentes sistemas de estadiamento que são utilizados de maneira específica para cada tipo de câncer. Quando a doença afeta as mamas, é usado o sistema de classificação é o TNM. A Fundação Oncocentro de São Paulo explica que o T representa a extensão do tumor primário; o N, os linfonodos; enquanto o M é usado para indicar metástase.

Ao reconhecer sintomas de câncer de mama, os pacientes devem buscar ajuda médica o quanto antes para receberem o diagnóstico correto. Uma vez confirmada a doença e realizado o estadiamento, será possível seguir com o tratamento adequado. Segundo o Ministério da Saúde, entre os sinais da doença estão a presença de um caroço endurecido na mama, pele do seio avermelhada e enrugada, dor e secreção.

O câncer de pulmão também utiliza o sistema TNM para a classificação do tumor, com base no número de zonas glandulares envolvidas e no fato de ter ou não invadido estruturas próximas.

Já para o linfoma, o sistema é o Ann Arbor, que utiliza algarismos romanos para a classificação. Os estágios I e II são chamados de “estágio inicial ou limitado”, envolvendo uma área restrita do corpo, e os estágios III e IV são nomeados “estágio avançado”, sendo mais difundidos.

Cuidados com a saúde

A realização de consultas e de exames regulares é a forma de assegurar o diagnóstico precoce e evitar o agravamento das doenças. No entanto, isso ainda é um desafio.

A realidade do câncer de próstata no Brasil é cercada por tabus, o que, muitas vezes, impede que homens identifiquem a doença no estágio inicial, não procurem o tratamento adequado e reduzam as chances de cura.

O Inca recomenda praticar atividade física, adotar uma alimentação saudável e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas para prevenir alguns tipos da doença, como o câncer de mama. Para a  prevenção do câncer de pulmão e de linfomas, é indicado, ainda, não fumar e evitar a exposição passiva à fumaça do cigarro.