Existem situações onde os pacientes possuem alguma condição que os impede de se alimentar da forma tradicional, ou seja, pela boca. Nestes casos, o que fazer? É para isso que existe a nutrição enteral.

Há diversos motivos para que um paciente precise utilizar a nutrição enteral como forma de se manter saudável e nutrido, como por alguma condição médica, por traumas, preservação após uma cirurgia, dentre outras circunstâncias.

Por isso, é fundamental garantir que esses indivíduos tenham como se nutrir adequadamente.

A seguir, vamos conhecer mais detalhes sobre a nutrição enteral e o que ela faz por tantos pacientes que não conseguem se alimentar da maneira convencional. Confira.

Importância da nutrição enteral

A nutrição enteral conta com uma grande importância quando falamos em promover a saúde e garantir uma plena recuperação ao paciente que está passando por algum tipo de situação que impede que ele se alimentar pela boca.

Este modo de se alimentar, conhecida como uma forma direta, garante que o indivíduo receba, diretamente em seu sistema digestivo, os nutrientes que são cruciais para o bom funcionamento do organismo.

Dessa forma, ela garante que ocorra a devida absorção de calorias, vitaminas, proteínas, minerais, etc, que são indispensáveis para uma vida saudável.

Além de garantir os nutrientes, a nutrição enteral contribui para que o corpo se mantenha forte, por exemplo, sendo capaz de reparar os tecidos danificados, fortalecer o sistema imunológico, dentre outras atividades.

Quando pensamos em pacientes que estão passando por situações médicas mais graves e delicadas, esse fortalecimento é de grande importância para a recuperação.

Além de todos esses fatores que fazem da nutrição enteral tão importante, ela ainda oferece uma opção adaptável e flexível para atender às necessidades individuais de cada um.

Por exemplo, é possível personalizar o plano alimentar do paciente de acordo com as suas necessidades, restrições e outras informações que possam influenciar na saúde e no quadro hospitalar do indivíduo.

Por último, além de ser uma forma de nutrir adequadamente o organismo, a nutrição enteral ainda é fundamental para ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.

Sendo uma fonte confiável de nutrientes, contribui para redução de diversos sintomas que estão ligados à desnutrição e outras doenças e condições graves. 

Dessa forma, é possível ter um dia a dia mais saudável, sem sintomas fortes de fraqueza, por exemplo, e conseguindo melhorar o bem-estar dessa maneira. A recuperação também acaba sendo mais rápida, já que o paciente está recebendo nutrientes necessários para lutar contra doenças e fortalecer o corpo.

Para quem a nutrição enteral é indicada?

A nutrição enteral é indicada para diferentes pacientes, estando presente em situações clínicas variadas.

Por exemplo, ela é uma opção quando o indivíduo apresenta dificuldades na deglutição, assim como em casos de distúrbios neurológicos, câncer, queimaduras graves ou até mesmo em um pós-cirúrgico ou em casos de coma.

De modo geral, ela é uma opção prescrita em casos onde a alimentação tradicional, ou seja, pela boca, não é a melhor escolha.

Opções para a administração de nutrição enteral

Há diversas maneiras de realizar a administração de nutrição enteral, onde cada uma delas se adapta às necessidades específicas de cada paciente e sua condição médica. Vejamos:

Nutrição enteral por sonda nasogástrica (SNG)

A nutrição enteral por sonda nasogástrica (SNG) é quando uma sonda é inserida pelo nariz até o estômago.

Ela costuma ser mais utilizada em casos agudos ou quando o paciente precisa de uma nutrição enteral por um período curto de tempo. Desse modo, é uma opção temporária, a curto prazo.

Nutrição enteral por gastrostomia (PEG)

Já a nutrição enteral por gastrostomia (PEG) é feita através de um procedimento cirúrgico onde o tubo de alimentação é inserido diretamente no estômago do paciente por meio da parede abdominal.

Essa opção é utilizada em casos mais duradouros, sendo uma opção confortável para longos períodos de tempo.

Nutrição enteral por jejunostomia (PEJ)

Por fim, temos a nutrição enteral por jejunostomia (PEJ), que é bem parecida com a gastrostomia, só que o tubo de alimentação será inserido no jejuno – que é uma parte do nosso intestino delgado.

Essa é uma técnica muito utilizada em pacientes que apresentam distúrbios gastrointestinais ou em casos onde a alimentação direta no estômago não é uma opção.

Passos para começar a nutrição enteral

Para começar a nutrição enteral, é importante seguir alguns passos, afinal, é algo que deverá passar pelo médico para que ele indique a melhor opção para cada caso.

Com os passos abaixo, ficará mais fácil entender como tudo funciona:

Avaliação médica

O primeiro passo é realizar a avaliação médica, afinal, é a partir deste processo que será possível identificar a melhor maneira de administrar a nutrição enteral e a real necessidade do paciente.

Planejamento nutricional

A partir da avaliação médica realizada, é criado um plano nutricional específico para aquele paciente, sendo feito para atender às necessidades deste indivíduo de acordo com a quantidade de calorias que ele precisa, assim como de proteínas, minerais e vitaminas.

Escolha do método de administração

Em seguida, será feita a escolha do método de administração da nutrição enteral, pois, como vimos, são diferentes possibilidades para casos distintos.

Com a seleção do método mais apropriado sendo feita com base na situação do paciente, também define-se o tempo do tratamento (previsão) e é registrado também quais são as preferências pessoais.

Treinamento e educação

Como tudo que é novo, é preciso haver um processo de treinamento e educação. 

Neste momento, os responsáveis por cuidar do paciente, ou até eles mesmos dependendo do caso, irão receber um treinamento adequado sobre como é feita a administração correta da nutrição enteral – garantindo segurança e higiene.

Monitoramento contínuo

Por último, é crucial que haja um monitoramento contínuo do paciente, acompanhando a ingestão, o peso corporal do paciente, sinais vitais e os exames laboratoriais periódicos para garantir que o plano seja ajustado sempre que necessário – conforme o quadro do paciente se altera e suas necessidades mudam.

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Fátima Watanabe, biblioteconomista formada pela UFMG, iniciou sua carreira escrevendo sobre Dante Alighieri. Atualmente, é pesquisadora, utiliza palavras-chave na didática e produz editoriais e artigos.